O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiu manter a prisão preventiva de um advogado suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes que pode ter lesado milhares de pessoas. A defesa solicitou a liberdade do investigado, alegando falta de justificativa para a prisão e oferecendo alternativas como tornozeleira eletrônica, mas a magistrada destacou riscos de fuga e a complexidade do caso, que envolve outras pessoas e empresas. O suspeito teria tentado fugir para o Paraguai, reforçando a necessidade da medida cautelar.
O esquema, investigado pela Polícia Civil, envolve a suposta falsificação de procurações em nome de pessoas já falecidas ou incapacitadas, além da movimentação de mais de 100 mil processos judiciais, dos quais cerca de 10% podem ser fraudulentos. As vítimas, muitas em situação de vulnerabilidade, foram abordadas com promessas de revisão de contratos bancários, mas acabaram tendo seus documentos usados para ações judiciais sem consentimento. Os prejuízos estimados chegam a R$ 320 mil, com pelo menos 45 inquéritos em andamento.
A Justiça recomendou a suspensão de processos relacionados ao caso e a renovação de procurações para garantir a segurança jurídica. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu cautelarmente o exercício profissional do investigado. Autoridades seguem analisando documentos e quebras de sigilo para identificar outros envolvidos no esquema, que operava em Porto Alegre e pode ter ramificações em outros estados.