As ações da Gol (GOLL4) registraram forte valorização nesta quinta-feira (15), subindo quase 10%, após a companhia reportar um lucro líquido de R$ 1,376 bilhão no primeiro trimestre de 2025. Apesar do resultado positivo, os números operacionais ficaram abaixo das estimativas do JPMorgan e do consenso Bloomberg, principalmente devido aos custos associados ao processo de recuperação judicial (Chapter 11). O EBIT e o EBITDA reportados foram inferiores às projeções, mas, ao ajustar pelos custos do Chapter 11, o EBITDA teria sido de R$ 1,538 bilhão, com alta de 24% em relação ao ano anterior.
A saída da Gol do Chapter 11, prevista para junho, e a diluição acionária de R$ 2,55 bilhões são apontadas pelo JPMorgan como os principais fatores para o movimento das ações. A instituição manteve sua recomendação “underweight” (venda) para o papel, destacando que a Gol negocia a um múltiplo de EV/EBITDA mais alto que seus pares latino-americanos. O BBI também reiterou sua classificação de venda, com preço-alvo de R$ 0,50, mesmo reconhecendo que o EBITDA recorrente de R$ 1,5 bilhão ficou em linha com suas expectativas.
O mercado reagiu positivamente ao balanço, impulsionado pelo lucro líquido e pela perspectiva de conclusão do processo de recuperação judicial. No entanto, analistas seguem cautelosos devido aos desafios financeiros e à diluição acionária pendente. O desempenho da Gol nos próximos meses dependerá da sua capacidade de consolidar a recuperação e melhorar sua eficiência operacional.