Abelhas sem ferrão (ASFs) têm se adaptado ao ambiente urbano em Piracicaba (SP), convivendo harmoniosamente com os seres humanos. Esses insetos, essenciais para a polinização de plantas e o equilíbrio dos ecossistemas, são frequentemente criados por meliponicultores locais, como Carlos Souza, que mantém 25 enxames de sete espécies diferentes. A bióloga Denise Alves, da Esalq-USP, destaca que a presença dessas abelhas perto de residências é um sinal positivo, indicando variedade de flora e condições adequadas para sua sobrevivência.
A pesquisadora explica que, quando os enxames não causam incômodos, o ideal é preservá-los e plantar espécies que floresçam o ano todo para alimentá-las. No entanto, se estiverem em locais problemáticos, como postes de luz, recomenda-se a remoção por profissionais, que podem realocá-las para caixas de criação. Denise também alerta para os riscos que inseticidas e desmatamento representam para as abelhas, já que essas ameaças podem levar a disfunções fisiológicas ou até à morte dos insetos, afetando toda a colônia.
A meliponicultura é regulamentada em São Paulo, exigindo cadastro no sistema Gefau para criadores. Carlos Souza, que começou com a espécie Jataí, compartilha sua preocupação com o uso de inseticidas no combate à dengue, que pode prejudicar os enxames. Enquanto isso, pesquisas na Esalq-USP buscam entender melhor o comportamento e o uso sustentável das ASFs na agricultura, reforçando a importância de sua preservação para o meio ambiente.