Os principais estrategistas de Wall Street foram pegos de surpresa em 2025 pelos impactos das políticas comerciais agressivas do governo dos EUA, que levaram a uma volatilidade histórica no mercado de ações. Apesar de muitos ainda manterem projeções otimistas para o S&P 500, alguns analistas, como Peter Berezin da BCA Research, alertam para uma possível queda até o fim do ano. O índice já acumula perdas de 9% em 2025, com momentos de recuperação pontuais, como após o anúncio de uma trégua tarifária de 90 dias pelo governo norte-americano.
A imprevisibilidade das medidas comerciais, especialmente em relação à China, tem dificultado as projeções. Bancos como Bank of America, Goldman Sachs e Citi revisaram suas metas para o S&P 500, reduzindo-as significativamente. Ed Clissold, da Ned Davis Research, chegou a prever 50% de chance de recessão, enquanto outros destacam o risco de uma crise de confiança no mercado. A diferença entre as projeções mais altas e mais baixas é a maior desde 2000, refletindo a incerteza generalizada.
Apesar do cenário desafiador, alguns analistas ainda apostam em uma temporada de resultados corporativos forte, com expectativa de crescimento de lucros de 8,7% para as empresas do S&P 500. No entanto, até os mais otimistas, como Tom Lee da Fundstrat, admitem que a guerra comercial pode afetar essas projeções. Enquanto isso, economistas revisaram para baixo as expectativas de crescimento do PIB dos EUA, sinalizando que os efeitos das tarifas podem se intensificar nos próximos meses.