Funcionários demitidos da Voepass, companhia aérea sediada em Ribeirão Preto (SP), denunciam a falta de pagamento dos salários de março e das rescisões trabalhistas, além da indisponibilidade de documentos para solicitar o seguro-desemprego. A empresa alega que os acertos estão previstos no pedido de recuperação judicial, protocolado em 22 de abril, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo ainda não analisou o caso. Os ex-funcionários relatam incerteza sobre quando receberão seus direitos, afetando suas finanças pessoais e obrigações familiares.
A crise da Voepass começou em agosto de 2024, após um acidente aéreo que matou 62 pessoas, agravando-se com a suspensão de voos pela Anac devido a falhas de segurança. A empresa também enfrentou disputas financeiras com a Latam, que deixou de pagar R$ 34,7 milhões referentes a um acordo de codeshare. Em abril, a Voepass anunciou demissões em massa, incluindo tripulantes e equipes de apoio, sem fornecer informações claras sobre o pagamento dos direitos trabalhistas.
No pedido de recuperação judicial, a Voepass listou dívidas de R$ 210 milhões, sendo R$ 43,5 milhões relacionados a débitos trabalhistas. A empresa afirmou que apresentará um plano de pagamento em 60 dias, incluindo FGTS, que era pago em parcelas. Enquanto isso, funcionários demitidos enfrentam dificuldades financeiras, muitos com anos de dedicação à empresa, sem perspectivas imediatas de receber seus direitos.