A Voepass Linhas Aéreas entrou com pedido de recuperação judicial, atribuindo sua crise financeira à relação comercial com a Latam. Segundo a petição, a Latam exercia controle operacional sobre a Voepass por meio de um acordo de Capacity Purchase Agreement (CPA), mas após um desastre aéreo na região de Campinas, reduziu as operações e deixou de repassar R$ 35 milhões em custos de manutenção. A Voepass, que já foi a quarta maior companhia aérea do país, acumula dívidas de aproximadamente R$ 400 milhões, incluindo débitos trabalhistas e quirografários.
A crise se intensificou após a suspensão das operações pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em março de 2025, devido a irregularidades e falta de segurança. A Voepass alegou que a situação financeira comprometeu seu fluxo de caixa, contribuindo para a decisão da Anac. A Latam, por sua vez, negou responsabilidade pela crise e afirmou que o fim da parceria foi motivado pelo acidente aéreo de 2024 e pela falta do Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass.
O pedido de recuperação judicial visa reestruturar as finanças da empresa, congelando passivos e negociando com credores. A medida não inclui processos indenizatórios relacionados ao acidente de 2024, que serão tratados pela seguradora. A Voepass destacou que a ação faz parte de um esforço para retomar operações em um cenário desafiador para a aviação regional, marcado pela redução de voos no interior do Brasil.