A Voepass Linhas Aéreas demitiu uma parte significativa de seus funcionários, incluindo tripulantes, aeroportuários e equipes de apoio, conforme anunciado pelo cofundador e presidente da empresa em carta enviada aos colaboradores. A medida foi justificada pela fragilidade financeira da companhia, agravada pela suspensão temporária das operações determinada pela Anac em março. A agência alegou “quebra de confiança” após auditorias identificarem irregularidades já apontadas anteriormente, incluindo as relacionadas ao acidente de agosto de 2024, que resultou na morte de 62 pessoas e na redução da malha aérea da empresa.
Além dos problemas regulatórios, a Voepass enfrenta disputas judiciais com a Latam, sua parceira desde 2014, envolvendo uma dívida de R$ 34,7 milhões. A Latam alega que o caso já está em arbitragem e nega ser devedora, enquanto a Voepass afirma que o valor refere-se a contratos não honrados. Fundada em 1995, a empresa, que surgiu da fusão entre Passaredo e Map Linhas Aéreas, destacou em sua carta o compromisso de retomar a missão de conectar o interior do Brasil aos grandes centros, apesar dos desafios atuais.
Na mensagem aos funcionários, o presidente reconheceu a dedicação da equipe e expressou gratidão pelos esforços, mas reforçou que as demissões foram necessárias para garantir a continuidade da empresa. A Voepass afirmou que está negociando os termos das demissões diretamente com os sindicatos e mantém o foco na correção das não conformidades apontadas pela Anac, visando a retomada das operações no futuro.