Em Zababade, pequeno vilarejo cristão no norte da Cisjordânia ocupada, os preparativos para a Páscoa são ofuscados pelo medo da guerra e da deterioração econômica. Enquanto os habitantes decoram igrejas e preparam bolos, as conversas giram em torno dos ataques israelenses em Jenin, cidade próxima, e da crise gerada pelo conflito em Gaza. Muitos temem pela segurança de suas famílias e pelo futuro, já que postos de controle militares e a suspensão de permissões de trabalho em Israel agravam o isolamento e a pobreza na região.
A comunidade, que já enfrenta desemprego em massa e incertezas sobre uma possível anexação israelense, também lida com o espectro do êxodo cristão. Moradores relatam que o constante fluxo de notícias sobre a guerra os mergulha em depressão, enquanto alguns consideram emigrar para Europa ou EUA em busca de estabilidade. Líderes religiosos locais, no entanto, buscam fortalecer a espiritualidade e criar oportunidades de emprego para frear o esvaziamento da Terra Santa de seus fiéis originais.
Apesar do clima de apreensão, a vida religiosa segue intensa, com igrejas lotadas e projetos comunitários ganhando força. O diácono Saleem Kasabreh destaca que, mesmo sob o ruído de aviões de guerra, os sinos das igrejas ainda ecoam — um símbolo de resistência para uma população que não sabe se permanecerá em suas casas nos próximos anos. Enquanto isso, o padre Elias Tabban trabalha para manter viva a esperança, afirmando que muitos que saem do vilarejo ainda sonham em voltar, preservando suas raízes em meio ao caos.