Opositores do governo venezuelano, abrigados na embaixada da Argentina em Caracas, enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (28.abr.2025) pedindo uma solução que garanta sua saída segura do local. O grupo, que está refugiado há mais de um ano, denunciou condições precárias, incluindo falta de eletricidade e água corrente, além de um cerco policial constante. Na carta, eles criticaram a omissão do governo brasileiro e destacaram que a situação viola direitos humanos básicos, exigindo ação imediata para preservar suas vidas.
O Brasil assumiu a representação da embaixada argentina em agosto de 2024, após a expulsão do corpo diplomático do país por parte do governo venezuelano. A medida foi uma resposta ao questionamento da legitimidade da reeleição do presidente Nicolás Maduro por parte de várias nações latino-americanas. O papel do Brasil inclui custodiar as instalações e arquivos, além de garantir a proteção dos opositores refugiados no local, que fazem parte da campanha de candidatos críticos ao regime.
Os refugiados afirmam que o silêncio do governo brasileiro é contraditório e mancha a imagem do país, comparando sua situação a uma prisão. Eles destacam a falta de salvo-condutos, previstos em convenções internacionais, e pedem celeridade no processo. A carta reforça a necessidade de uma solução humanitária, enquanto o grupo continua em um limbo político e jurídico, sob ameaças constantes.