A economia da Venezuela está à beira de um novo colapso, marcado por hiperinflação, escassez de dólares e queda na produção de petróleo. Economistas projetam uma inflação acima de 200% em 2025, além de uma retração econômica de 2,05%, agravada pela saída de empresas estrangeiras e pelo endurecimento das sanções dos EUA. A revogação de licenças para petroleiras como Chevron, Shell e BP já impacta as receitas em divisas, essenciais para importações e estabilidade cambial, enquanto a desvalorização do bolívar e a instabilidade política aprofundam a crise.
O governo venezuelano decretou emergência econômica diante do cenário adverso, que inclui a queda nos preços do petróleo e tarifas impostas por Washington a países que compram combustível do país. A medida de Donald Trump, que estabeleceu uma taxa de 25% sobre exportações de nações que negociam com a Venezuela, pode reduzir ainda mais as receitas petrolíferas. Além disso, a falta de coordenação entre políticas fiscal e monetária, somada às reservas internacionais insuficientes, limita a capacidade de intervenção do Banco Central, aumentando o risco de inflação descontrolada.
Analistas destacam que a recuperação econômica sustentável depende de reformas estruturais e estabilidade política, atualmente ameaçada pela incerteza eleitoral e pela falta de confiança internacional. Com a OPEP+ projetando quedas nos preços do petróleo até 2026, o país enfrenta desafios para diversificar sua economia e atrair investimentos. Enquanto isso, a população já sente os efeitos da escassez de dólares e da alta nos preços, refletindo uma crise multidimensional que persiste há mais de uma década.