A economia da Venezuela volta a mostrar sinais de alerta após três anos de crescimento moderado, com riscos de hiperinflação, escassez de dólares e queda na produção petrolífera. Economistas projetam uma inflação superior a 200% e uma retração de 2,05% em 2025, agravada pela saída de empresas estrangeiras e pelo endurecimento das sanções dos EUA. A revogação de licenças para petroleiras como Chevron, responsável por 30% das receitas em dólares, já impacta o mercado cambial e a capacidade de importação do país.
O bolívar venezuelano perdeu 24,6% de seu valor em 2025, refletindo a instabilidade monetária e a falta de reservas internacionais. Além disso, as sanções secundárias impostas pelos EUA, como tarifas de 25% sobre países que compram petróleo da Venezuela, reduzem ainda mais as receitas. A queda no preço do petróleo Brent, somada à incerteza política pós-eleições, cria um cenário desfavorável para a recuperação econômica sustentável.
Especialistas destacam que a falta de coordenação entre políticas fiscais e monetárias, aliada à dependência do petróleo, limita qualquer perspectiva de estabilidade. Sem mudanças estruturais e com o isolamento internacional, o país enfrenta dificuldades para retomar o crescimento. A combinação de fatores externos e internos forma uma “tempestade perfeita” que ameaça aprofundar a crise venezuelana nos próximos anos.