Os produtores brasileiros já comercializaram 95% da safra de café 2024/25, com um avanço de apenas 2 pontos percentuais em relação ao mês anterior, indicando baixa disponibilidade durante a entressafra. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o ritmo de vendas permanece lento, com produtores adotando uma postura defensiva, enquanto a demanda se mantém moderada, exceto pela indústria de café torrado e moído, que segue interessada no conilon/robusta. Apesar do cenário cauteloso, o volume negociado ainda supera o mesmo período do ano passado (89%) e a média dos últimos cinco anos (90%).
Alguns produtores demonstraram maior disposição para negociar devido à recente queda nos preços e à proximidade da nova safra, mas os compradores, em geral, permanecem comedidos. As exportações recordes de 2024, impulsionadas pelos preços elevados e pela escassez de oferta do Vietnã e da Indonésia, contrastam com o atual momento de desaceleração. As vendas antecipadas da safra 2025/26, cuja colheita começa em abril, atingiram cerca de 14% da produção total, com leve aumento no interesse no final de março, influenciado pelas chuvas e pela queda nas cotações internacionais.
Apesar do maior interesse por parte dos vendedores, isso ainda não se refletiu em um volume significativo de negócios. O mercado segue em um equilíbrio delicado, com os produtores aguardando melhores condições para ampliar as vendas, enquanto os compradores avaliam os próximos movimentos diante da entrada da nova safra e das oscilações de preço no cenário global.