Enquanto o Vaticano se organiza para o conclave que elegerá o sucessor do papa Francisco, especialistas destacam que a realidade difere das dramatizações vistas no filme “Conclave”, vencedor do Oscar. O processo, marcado por orações e reflexões, ocorrerá entre 6 e 11 de maio, após o funeral de Francisco e as congregações gerais. Apesar do tom solene, detalhes sobre maquinações internas já vieram à tona, como revelado pelo próprio Francisco em entrevista, quebrando o sigilo sobre o conclave de 2005.
O filme, embora preciso em aspectos visuais, foi criticado por retratar esquemas exagerados e reviravoltas improváveis, segundo analistas da Igreja. Cardeais, como Sean O’Malley, enfatizaram que a eleição papal não é um jogo político, mas um processo guiado pela fé. O conclave mantém tradições medievais, como o isolamento dos cardeais na Capela Sistina, sem contato com o exterior, mas falhas de confidencialidade já ocorreram, como admitido por Francisco.
Nesta eleição, não há um favorito claro, mas nomes como Luis Antonio Tagle, das Filipinas, e Pietro Parolin, da Itália, são cotados. O autor do livro que inspirou o filme, Robert Harris, explicou que sua obra aborda o conclave sob uma perspectiva secular, focada em poder e instituições. Enquanto isso, a Igreja aguarda para ver se o próximo papa continuará as reformas liberais de Francisco ou retomará um caminho mais conservador.