A eleição do sucessor do Papa Francisco ocorre em um momento crítico para a Igreja Católica, não apenas por questões teológicas, mas também por desafios financeiros. O Vaticano, além de ser o centro espiritual de 1,4 bilhão de fiéis, é uma nação soberana com complexas operações econômicas. Francisco implementou reformas significativas para modernizar as finanças da Santa Sé, incluindo a criação da Secretaria para a Economia e auditorias externas, mas enfrentou resistência interna e escândalos, como o caso do imóvel em Londres que resultou em perdas milionárias. Apesar dos avanços, as reformas permanecem incompletas, deixando ao próximo papa a tarefa de consolidar a transparência e a estabilidade financeira.
Text: Entre os principais problemas herdados estão o déficit no orçamento da Secretaria para a Economia, que atingiu US$ 75 milhões em 2023, e o fundo de pensões do Vaticano, com um rombo de € 631 milhões. O Banco do Vaticano (IOR), embora mais regulado, ainda opera com cautela, administrando US$ 6 bilhões em ativos sob rígidos princípios éticos. Além disso, a Santa Sé depende fortemente de doações e do turismo — como os Museus Vaticanos, que receberam 6,8 milhões de visitantes em 2023 —, um modelo frágil diante de crises econômicas ou políticas.
Text: O próximo papa precisará equilibrar habilidades de gestão com liderança espiritual, já que a Igreja busca atrair fiéis em regiões como África e Ásia, onde enfrenta concorrência de outras denominações. Embora cardeais como Pietro Parolin e Luis Antonio Tagle sejam cotados, a imprevisibilidade dos conclaves dificulta previsões. A lição deixada por Francisco é clara: além de carisma, o novo pontífice deve ser um administrador rigoroso, capaz de enfrentar resistências internas e garantir a sustentabilidade financeira do Vaticano em um mundo em transformação.