Empresas de vestuário e acessórios dos Estados Unidos estão adiando pedidos e congelando contratações devido ao aumento de tarifas sobre importações do Vietnã e da China, que entra em vigor nesta quarta-feira. Grandes marcas, como Nike e Lululemon, enfrentam o dilema de repassar o custo aos consumidores – com aumentos de até 40% – ou absorver os prejuízos, reduzindo suas já estreitas margens de lucro. Pequenos fabricantes, como a Day Owl e a Oiselle, dependem fortemente desses países e correm risco de fechar as portas, já que não possuem cadeias de suprimentos diversificadas.
O Vietnã, segundo maior fornecedor de roupas e calçados para os EUA, pediu uma prorrogação de 45 dias nas tarifas e ofereceu comprar mais produtos americanos após negociações entre os governos. Enquanto isso, grandes empresas como Adidas e Puma viram suas ações caírem significativamente desde o anúncio das medidas. Apesar de terem mais flexibilidade para negociar com fornecedores globais, o impacto financeiro já é sentido, enquanto pequenas marcas lutam para sobreviver sem alternativas viáveis de produção.
Marcas menores, como a Wild Rye, relataram dificuldades em transferir a produção para os EUA devido à baixa qualidade local, obrigando-as a absorver parte dos custos ou arriscar quedas nas vendas com aumentos bruscos de preços. Muitas adotaram planos de contingência, mas a incerteza sobre o futuro das tarifas e o risco de perder temporadas de vendas cruciais, como a volta às aulas, ameaçam sua sustentabilidade. O cenário revela uma crise setorial que pode redefinir as cadeias de suprimentos globais no longo prazo.