A gripe aviária continua a preocupar autoridades de saúde globais, com risco de se tornar uma pandemia. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) destaca a necessidade de vacinas mais eficazes, como a universal contra influenza, que já apresentou resultados promissores em testes com animais. Essa vacina, baseada em RNA mensageiro, induziu resposta imune contra 20 cepas diferentes por pelo menos quatro meses. Além disso, o Brasil avança no desenvolvimento de um imunizante próprio, em parceria com o Instituto Butantan e a Fiocruz, aguardando autorização para testes em humanos.
O vírus H5N1, causador da gripe aviária, tem alta mortalidade (acima de 50% em casos registrados desde 2003) e preocupa pela rápida capacidade de mutação e adaptação a novos hospedeiros, incluindo mamíferos. Embora a transmissão entre humanos ainda seja rara, especialistas alertam que poucas mutações podem tornar o vírus mais contagioso. Dados da OMS mostram queda na letalidade desde 2015, mas o aumento de surtos em aves e mamíferos—como os mais de 900 registros em criações e 1.000 em aves silvestres em apenas cinco meses—reforça a urgência de medidas preventivas.
No Brasil, o Ministério da Agricultura prorrogou o estado de emergência zoossanitária após a confirmação de 166 focos da doença, a maioria em aves silvestres. A produção de vacinas nacionais é vista como estratégica para reduzir a dependência de laboratórios estrangeiros em caso de pandemia. Com o avanço das pesquisas e o monitoramento contínuo, as novas tecnologias de imunização surgem como a principal esperança para conter uma possível crise global.