O governo federal iniciou em 2023 o empréstimo de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para transporte de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações sobre os voos, obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI), revelam que o STF foi o principal solicitante, com pelo menos 154 viagens registradas até fevereiro de 2025. Parte dos dados permanece em sigilo por cinco anos, sob a justificativa de proteger a segurança das autoridades, especialmente após os eventos de 8 de janeiro.
Os voos mais frequentes ligam São Paulo a Brasília, e há relatos de que lacunas nas normas permitem o transporte de autoridades além do presidente do tribunal. O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o sigilo das informações, citando questões de segurança, o que tem impedido a divulgação dos nomes dos passageiros. Entre os detalhes conhecidos, destacam-se viagens frequentes de um ministro que também leciona em São Paulo, além de registros de familiares acompanhando algumas das viagens.
Especialistas em transparência criticam a falta de acesso às informações pós-viagens, argumentando que não há motivos para manter o sigilo após o deslocamento. O STF afirma que as solicitações estão dentro da lei e que a segurança das autoridades é prioritária. O Ministério da Justiça reforçou que os ministros enfrentam ameaças graves, justificando o uso das aeronaves militares. O debate continua entre a necessidade de transparência e as alegações de segurança.