O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, justificou a decisão da universidade de implementar cotas para pessoas trans, travestis e não-binárias, afirmando que a medida busca reduzir desigualdades históricas no acesso ao ensino superior. Segundo ele, o espaço de disputa por vagas não é neutro e reflete as oportunidades prévias dos candidatos. A política, aprovada em 1º de abril, reserva vagas no Edital Enem-Unicamp, tanto para estudantes de escolas públicas quanto particulares, com cursos de até 30 vagas oferecendo uma vaga adicional e os demais, duas.
A medida gerou controvérsias, incluindo críticas de um deputado estadual, que alega “discriminação inversa” e acionou o MP-SP para questionar a constitucionalidade da norma. Meirelles, no entanto, destacou que os cotistas ainda precisam atingir desempenho mínimo nos processos seletivos e que a iniciativa amplia a diversidade e a sensibilidade dentro da universidade.
O reitor enfatizou que a Unicamp prefere enfrentar polêmicas a evitar mudanças necessárias, destacando que as cotas não só facilitam o ingresso, mas também enriquecem o debate sobre questões LGBTQIA+ no ambiente acadêmico. A decisão foi celebrada por ativistas, como a deputada Erika Hilton, que vê na medida um avanço para a inclusão.