A União Europeia (UE) enfrenta o desafio de responder às tarifas impostas pelos Estados Unidos, que atingiram o bloco em três etapas, incluindo taxas sobre aço, alumínio, automóveis e uma tarifa geral de 20% sobre produtos europeus. Enquanto busca evitar uma guerra comercial total, a UE adotou uma estratégia cautelosa, preparando medidas de retaliação escalonadas, como taxar produtos americanos como soja e motocicletas, e reativar tarifas suspensas do governo Trump anterior. O bloco também considera usar o Instrumento Anticoerção, que restringe o acesso de empresas estrangeiras ao mercado único, caso as negociações fracassem.
As autoridades europeias insistem em uma solução negociada, com o comissário de Comércio da UE destacando a disposição para diálogo. No entanto, os esforços até agora, incluindo a oferta de tarifas zero para bens industriais, não surtiram efeito. Um obstáculo pode ser a falta de envolvimento de figuras-chaveis na administração americana, como o assessor comercial de Trump, que criticou as barreiras não tarifárias da UE, como regulamentações ambientais e impostos sobre valor agregado.
O impasse reflete tensões mais profundas, com os EUA acusando a UE de práticas comerciais desleais, especialmente em setores como tecnologia e plataformas digitais. Enquanto a Europa busca proteger seu mercado sem escalar o conflito, a próxima semana pode trazer decisões cruciais sobre sua resposta às tarifas americanas, com França e Alemanha pressionando por medidas mais duras se as negociações não avançarem.