Um ano após as enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul, afetando mais de 400 municípios, centenas de pessoas ainda vivem em abrigos temporários. Entre elas está Almerinda Veiga da Silva, de 57 anos, que perdeu o marido devido ao trauma da tragédia e enfrenta dificuldades para reconstruir a vida com a filha, que tem síndrome de Down. Ela aguarda doações de móveis para poder se mudar para um imóvel alugado pelo programa de aluguel social, enquanto outros desabrigados, como Cláudio Joel Bello, aguardam a conclusão de moradias pelo programa Compra Assistida.
Apenas dois grandes abrigos permanecem ativos na região metropolitana de Porto Alegre, concentrando 93% dos desabrigados ainda atendidos no estado. Enquanto alguns aguardam moradias provisórias em contêineres mobiliados, outros criticam a lentidão nos processos de reassentamento. Programas governamentais, como o Compra Assistida e o Aluguel Social, tentam amenizar a situação, mas a demanda por moradias definitivas ainda supera a oferta.
A prefeitura de Canoas informou que está construindo 58 casas temporárias, com previsão de conclusão em maio, e que há projetos para mais de 1,5 mil unidades habitacionais destinadas a famílias atingidas pelas enchentes. No entanto, com mais de 5,5 mil imóveis considerados inabitáveis e milhares de vistorias pendentes, o caminho para a recuperação total ainda é longo. A tragédia climática deixou marcas profundas, e muitos desabrigados seguem em busca de um recomeço estável.