A Ucrânia tem potencial para aumentar suas exportações de soja para a União Europeia (UE) caso o conflito comercial entre os Estados Unidos e o bloco europeu se intensifique, segundo a União Ucraniana de Produtores Agrícolas (UAC). Em 2024, o país registrou uma colheita recorde de 6,2 milhões de toneladas métricas do grão, mas as áreas de cultivo podem diminuir este ano devido à volatilidade dos preços. A UAC destacou que, se as tarifas impostas pelos EUA à UE se tornarem mais restritivas, a demanda europeia pode migrar para a soja ucraniana.
O cenário ganha relevância após o anúncio de novas tarifas pelo governo norte-americano, que incluem taxas mínimas de 10% sobre a maioria das importações, com cobranças ainda maiores para produtos de países como a China. Essas medidas podem provocar retaliações e afetar a demanda por commodities dos EUA, abrindo espaço para que outros exportadores, como a Ucrânia, ocupem esse mercado. A UAC enfatizou que a redistribuição da demanda europeia seria uma consequência natural desse conflito comercial.
Enquanto isso, a indústria agrícola global acompanha de perto os desdobramentos, incluindo o movimento de navios carregados de soja dos EUA rumo à China, apesar das tarifas, e a pressão de setores como o de óleo de palma da Indonésia por redução de impostos. A situação reforça a importância de acordos comerciais e a adaptação dos produtores a um mercado cada vez mais volátil.
