Um turista americano de 24 anos foi preso pelas autoridades indianas após tentar estabelecer contato com a tribo Sentinelese, que vive na Ilha Sentinela do Norte, uma área restrita administrada pela Índia. O indivíduo, que já havia visitado a região anteriormente, foi acusado de desembarcar ilegalmente na ilha, deixar objetos na praia e filmar sua invasão. A polícia local afirmou que ele permanecerá detido por três dias para interrogatórios, enquanto as autoridades dos EUA monitoram o caso.
A Survival International, organização que defende os direitos dos povos indígenas, classificou o incidente como “profundamente perturbador”, alertando que o contato forçado coloca em risco tanto a vida do invasor quanto a dos sentineleses, que não possuem imunidade contra doenças externas. O grupo também destacou o crescente perigo representado por influenciadores digitais, que buscam aventuras extremas para ganhar seguidores nas redes sociais. Os sentineleses, descritos como o povo mais isolado do mundo, já deixaram claro em repetidas ocasiões que não desejam interação com estranhos.
Este não é o primeiro caso do tipo: em 2018, outro turista americano foi morto pela tribo após tentar entrar na ilha. A Convenção das Nações Unidas sobre Povos Indígenas e Tribais reforça a obrigação dos governos de proteger comunidades isoladas, mas a Índia tem enfrentado críticas por falhas na fiscalização. O incidente recente reacendeu o debate sobre a necessidade de medidas mais rigorosas para preservar a autonomia e a segurança desses grupos.