O número de turistas estrangeiros nos Estados Unidos registrou uma queda significativa em março, com retração de 12% no total de visitantes em comparação ao mesmo período de 2024. Segundo dados da Administração de Comércio Internacional (ITA), as chegadas aéreas caíram 10%, marcando o pior desempenho desde março de 2021, quando o setor ainda sofria os efeitos da pandemia. Analistas do Goldman Sachs projetam que o impacto econômico dessa redução pode chegar a 0,3% do PIB americano em 2025, equivalente a US$ 90 bilhões em perdas, atribuindo parte do declínio a tensões políticas e medidas mais rígidas nas fronteiras.
A retração é generalizada, com destaque para a Europa Ocidental, onde o número de visitantes com pelo menos uma pernoite nos EUA caiu 17%. Países como Irlanda, Noruega e Alemanha tiveram quedas superiores a 20%. A consultoria Tourism Economics revisou suas projeções para 2025, estimando agora uma redução de 9,4% nas chegadas internacionais, em vez do crescimento de 9% previsto anteriormente. Dados da OAG Aviation mostram que reservas de voos do Canadá, maior emissor de turistas para os EUA, caíram 70% até setembro, afetando destinos como Las Vegas, que espera uma redução de 5% na arrecadação com impostos sobre hospedagem.
O setor aéreo também sente os efeitos, com a Delta Air Lines anunciando que não expandirá suas operações no segundo semestre devido à queda nas reservas de turismo e corporativas. Companhias como Air France-KLM e Virgin Atlantic relataram fraqueza no mercado transatlântico, com redução de tarifas e desaceleração na demanda. Além disso, um relatório da Bloomberg Intelligence alerta que até US$ 20 bilhões em gastos de turistas internacionais no varejo estão em risco, refletindo o cenário desafiador para a economia americana.