A política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou incertezas globais, levando à saída de investimentos estrangeiros da Bolsa brasileira. Em abril, os recursos externos retirados zeraram os ganhos do primeiro trimestre de 2025, deixando o fluxo de capital negativo em R$ 242,9 milhões. O movimento foi impulsionado pelo anúncio de tarifas recíprocas em 2 de abril, que alterou drasticamente o comércio global e aumentou a aversão ao risco em mercados emergentes, mesmo com o Brasil sendo menos afetado pelas medidas.
Especialistas apontam que o cenário permanece incerto, com gestores de fundos reduzindo exposição a riscos e o mercado ainda tentando entender a estratégia de Trump. O Federal Reserve reconheceu que as tarifas podem elevar a inflação e até levar a uma recessão, enquanto analistas destacam que a prolongação da guerra comercial tende a acelerar a fuga de capitais de economias emergentes. Nesse contexto, investidores têm buscado ativos seguros, como o ouro, que atingiu recordes históricos.
Apesar do cenário desfavorável, há expectativa de que o Brasil possa recuperar o interesse estrangeiro caso as incertezas diminuam, especialmente com a possível redução da Selic em maio, o que beneficiaria os balanços corporativos. Analistas acreditam que, uma vez definidas as regras do jogo, o país pode retomar o fluxo positivo de investimentos, como visto nos últimos meses. No entanto, o ambiente atual ainda exige cautela diante da volatilidade global.