O governo dos Estados Unidos anunciou a redução das taxas portuárias que seriam aplicadas a navios construídos na China, após forte reação do setor marítimo. A medida revisada, publicada no Diário Oficial dos EUA, substitui a proposta inicial de fevereiro, que previa tarifas de até US$ 1,5 milhão por escala de navio. Agora, a taxa será cobrada apenas uma vez por viagem, com limite de seis cobranças anuais, e navios que chegam vazios para carregar exportações a granel, como carvão e grãos, estarão isentos.
A decisão busca proteger exportadores e armadores que operam em regiões como os Grandes Lagos e o Caribe, ao mesmo tempo em que visa fortalecer a construção naval americana e conter a influência chinesa no transporte marítimo global. A revisão ocorreu após críticas de empresas do setor, que alertaram sobre os impactos negativos das tarifas acumulativas, como a redução da competitividade dos produtos americanos e o repasse de custos aos consumidores. Operadoras como MSC e Maersk também expressaram preocupação com os efeitos das taxas em suas rotas multinacionais.
A implementação das novas regras começará em seis meses, com valores diferenciados para navios graneleiros e porta-contêineres. Paralelamente, o governo dos EUA mantém sua investigação sobre práticas comerciais da China no setor marítimo, acusando o país de adotar políticas desleais. Uma audiência está marcada para maio para discutir tarifas adicionais sobre equipamentos portuários dominados pela China, como guindastes e chassis, que poderão sofrer taxação de 100%.