O presidente dos EUA afirmou que iniciará negociações diretas com o Irã no sábado para discutir o programa nuclear iraniano, marcando o primeiro diálogo direto entre os países desde 2015. O anúncio foi feito ao lado do primeiro-ministro de Israel, após uma reunião que abordou questões comerciais e a guerra em Gaza. No entanto, o Irã rejeitou a proposta, insistindo que as conversas ocorram apenas com mediação de Omã. Um alto funcionário iraniano, sob anonimato, confirmou à Reuters que as negociações não serão diretas, enquanto o chanceler do país criticou as ameaças dos EUA, afirmando que compromissos diplomáticos só seriam possíveis de forma indireta.
Apesar da resistência iraniana, o líder norte-americano garantiu que o encontro acontecerá em “quase o mais alto nível” e expressou esperança de um acordo, embora tenha evitado detalhar o local ou consequências de um fracasso. Ele advertiu que o Irã estaria “em grande perigo” se as negociações não avançassem. A tensão aumentou após uma carta enviada ao líder supremo iraniano sugerindo um novo acordo nuclear, seguida por ameaças de ação militar caso as discussões não prosperassem. O presidente iraniano, por sua vez, questionou a boa-fé das intenções norte-americanas.
O impasse reflete anos de afastamento desde o colapso do acordo nuclear de 2015, que foi abandonado pelos EUA em 2018. Enquanto Israel defende um modelo semelhante ao da Líbia — exigindo o desmantelamento total da infraestrutura nuclear iraniana —, especialistas destacam a complexidade de aplicar tal medida, dada a escala e a dispersão das instalações no Irã. O cenário permanece incerto, com ambos os lados mantendo posições firmes, mas abertos a diálogos mediados.