A administração Trump anunciou a redução das taxas portuárias que seriam aplicadas a navios construídos na China, revisando uma proposta inicial que previa tarifas de até US$ 1,5 milhão por escala. A medida busca proteger exportadores e armadores que operam nos Grandes Lagos, no Caribe e em territórios dos EUA, além de revitalizar a construção naval americana e conter a influência marítima chinesa. O plano revisado limita a cobrança a uma taxa por viagem, com um máximo de seis por ano, e isenta embarcações que chegam vazias para carregar exportações a granel, como carvão e grãos.
A decisão ocorre após forte oposição da indústria marítima, que alertou para os impactos negativos das tarifas acumulativas, como a redução da competitividade dos produtos americanos no exterior e o repasse de custos bilionários aos consumidores domésticos. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) também descartou cobranças baseadas na porcentagem de navios chineses nas frotas das empresas ou em pedidos futuros. A implementação das taxas, que variam conforme o tipo de carga, começará em seis meses.
A revisão foi motivada por uma investigação do USTR sobre as práticas marítimas da China, concluída em janeiro, que acusou o país de adotar políticas desleais para dominar o setor. Enquanto isso, o USTR prepara uma audiência em maio para discutir tarifas de 100% sobre guindastes portuários e outros equipamentos dominados pela China. A indústria continua atenta aos possíveis efeitos da medida, destacando preocupações com estaleiros locais e operadoras globais, como MSC e Maersk, que enfrentariam custos significativos em viagens com múltiplas escalas nos EUA.