A administração do ex-presidente dos Estados Unidos encerrou o financiamento de programas emergenciais do Programa Mundial de Alimentos (WFP) da ONU, que auxilia milhões de pessoas em países como Afeganistão, Síria, Iêmen e outros 11 territórios afetados por conflitos e pobreza extrema. De acordo com documentos obtidos pela Associated Press, os cortes afetaram contratos de ajuda humanitária essenciais, incluindo distribuição de alimentos, água potável e cuidados médicos. O WFP alertou que a medida pode representar uma “sentença de morte” para populações vulneráveis que dependem desses recursos para sobreviver.
Os cortes atingiram programas críticos em regiões como Síria, onde US$ 230 milhões em auxílio foram cancelados, incluindo a distribuição de pão para 1,5 milhão de pessoas. No Iêmen, outro país em crise humanitária, toda a assistência alimentar financiada pelos EUA foi suspensa, mesmo em centros de distribuição onde os alimentos já haviam chegado. Refugiados sírios no Líbano e na Jordânia também foram impactados, assim como iniciativas de educação para mulheres afegãs, agora ameaçadas de retorno forçado ao Afeganistão sob o regime talibã.
Especialistas em ajuda humanitária afirmam que a decisão pode agravar crises migratórias, conflitos e extremismo, já que a falta de recursos básicos tende a aumentar a instabilidade em regiões já fragilizadas. O WFP destacou que os EUA eram seu maior doador, contribuindo com US$ 4,5 bilhões em 2023. Apesar de promessas anteriores de preservar programas emergenciais, a justificativa para os cortes foi atribuída a uma revisão de prioridades governamentais, sem maiores explicações oficiais.