Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos criticou duramente o governo por não colaborar com a Justiça no caso de um imigrante deportado por engano para El Salvador. Os juízes rejeitaram por unanimidade o pedido para suspender a ordem que exigia o depoimento de autoridades sobre o caso, classificando como “chocante” a alegação de que nada poderia ser feito para reverter a situação. A decisão destacou que o Executivo estaria ignorando o devido processo legal e alertou para os riscos de um conflito irreversível entre os Poderes.
A Justiça determinou que o governo apresentasse um cronograma para facilitar o retorno do imigrante, preso em um centro de segurança máxima em El Salvador, e enviasse relatórios diários sobre os esforços de repatriação. No entanto, o governo argumentou que sua responsabilidade se limitava a remover obstáculos internos, sem interferir em relações com outros países. A Suprema Corte manteve a decisão, mas questionou a abrangência do termo “efetivar”, pedindo clareza nas ações.
Enquanto isso, o caso gerou tensão diplomática, com o presidente de El Salvador afirmando não ter poder para devolver o imigrante, descrito como “terrorista”. Um senador democrata ameaçou viajar ao país para negociar a libertação, caso a situação não fosse resolvida. O impasse expõe desafios legais e humanitários, com o Judiciário insistindo na responsabilidade do governo em corrigir o erro.