O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu converter uma apuração preliminar sobre a gestão da Previ em uma auditoria completa, com foco no déficit de R$ 17,6 bilhões em 2024. A investigação vai analisar se a política de investimentos do fundo, especialmente em ações de empresas como Vale e Vibra, estava relacionada a interesses de integrantes da diretoria em ocupar cargos em conselhos administrativos dessas companhias. O relatório também destacou a deterioração do Plano 1, que passou de um superávit de R$ 14,5 bilhões em 2023 para um déficit bilionário no ano seguinte.
O TCU autorizou ainda uma nova frente de auditoria para examinar possíveis conflitos de interesse envolvendo o presidente da Previ, que ocupa um cargo no conselho da Vale. Os ministros questionaram se a remuneração mensal superior a R$ 160 mil poderia comprometer sua imparcialidade. Além disso, foram levantadas preocupações sobre viagens realizadas pelo executivo, que teriam ocorrido em “íntima confraternização” com figuras conhecidas por métodos não ortodoxos no mercado. Os custos dessas viagens também serão investigados.
A defesa da Previ argumentou que não teve acesso ao relatório final do TCU e atribuiu os resultados negativos a fatores conjunturais do mercado. O caso foi encaminhado à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal, à Controladoria-Geral da União e ao Congresso Nacional para acompanhamento. A auditoria do TCU busca esclarecer as irregularidades e garantir a transparência na gestão do fundo de previdência.