Um ano após o incêndio que devastou a Pousada Garoa, em Porto Alegre, o caso continua sob investigação em múltiplas frentes. O incidente, ocorrido na madrugada de 26 de abril de 2024, deixou 11 mortos, 15 feridos e dezenas de sobreviventes, muitos deles em situação de vulnerabilidade social. As chamas se alastraram rapidamente, e relatos indicam que pessoas saltaram das janelas para escapar. O prédio, que ainda está em ruínas, era feito de madeira e não possuía sinalização de emergência, dificultando o resgate.
As apurações da Polícia Civil apontaram falhas estruturais, negligência na manutenção e falta de fiscalização adequada. Três indivíduos foram indiciados, incluindo o proprietário e dois servidores públicos, sob alegações de omissão e dolo eventual. Enquanto a polícia classifica o caso como incêndio culposo, o Ministério Público entende que houve assumição de risco, levando o processo ao Tribunal do Júri. Paralelamente, uma CPI na Câmara de Vereadores investiga responsabilidades relacionadas ao contrato da pousada com a prefeitura, que custou R$ 2,7 milhões em 2023.
Novas imagens de câmeras de segurança reacenderam a hipótese de incêndio criminoso, mostrando dois homens próximos ao local minutos antes do início do fogo. Testemunhas também relataram suspeitas em boletins de ocorrência. No entanto, a destruição do local impediu a confirmação técnica da causa. Enquanto as investigações seguem, sobreviventes foram realocados para abrigos temporários ou auxílio moradia, marcando um ano de busca por respostas e justiça.