Há 15 anos, o deslizamento no Morro do Bumba, em Niterói, deixou um rastro de destruição, com dezenas de mortos e milhares de desabrigados. O terreno, construído sobre um antigo lixão, cedeu após fortes chuvas, soterrando casas e vidas. Apesar das promessas de reassentamento, muitas famílias ainda aguardam por moradias, enquanto outras enfrentam dificuldades em condomínios já entregues, como altos custos de manutenção e infraestrutura precária.
Autoridades haviam garantido auxílio através do programa Minha Casa Minha Vida, mas a realidade mostrou falhas na execução. Enquanto alguns sobreviventes receberam unidades em conjuntos habitacionais, outros continuam em luta por seus direitos, organizados em movimentos sociais. O terreno desapropriado para reassentamento segue sem obras, e a prefeitura alega desafios financeiros para viabilizar o projeto original, propondo uma alternativa com mais unidades e menor custo.
A tragédia serviu como lição para Niterói, que investiu em um sistema de monitoramento para prevenir novos desastres. No entanto, as marcas do Morro do Bumba permanecem, com famílias ainda buscando reconstruir suas vidas. Enquanto alguns encontraram estabilidade em condomínios bem-estruturados, outros enfrentam abandono e dívidas, destacando a necessidade de políticas públicas mais eficazes para reparar danos e garantir dignidade aos afetados.