No Rio de Janeiro, fiéis católicos iniciam o dia antes do amanhecer com fogos em homenagem a São Jorge, feriado no estado. Reverenciado como santo guerreiro, ele é visto como protetor contra adversidades, tanto no plano material quanto espiritual. Sua imagem, associada à luta contra o mal, é celebrada não apenas no catolicismo, mas também em vertentes como a Igreja Ortodoxa e a Anglicana, além de ser respeitado em religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé.
A história de São Jorge mistura lendas e registros escassos, como a narrativa de que teria enfrentado um dragão, simbolizando a vitória do bem sobre o mal. Sua trajetória, marcada por martírio e coragem, ganhou força durante as Cruzadas, sendo associada à resistência espiritual. Apesar da falta de documentos conclusivos, sua figura permanece como símbolo de superação, inspirando devoção popular e literatura, como destaca o historiador Luiz Antônio Simas.
A relação entre São Jorge e Ogum, orixá das religiões afro-brasileiras, é frequentemente discutida, mas especialistas ressaltam que são entidades distintas, embora compartilhem atributos guerreiros. O sincretismo religioso, muitas vezes romantizado, reflete um processo histórico complexo e violento, marcado pela imposição cultural durante a colonização. A devoção a São Jorge, no entanto, transcende fronteiras, unindo fiéis em torno de valores como coragem e fé.