O papa Francisco foi velado em um caixão simples de madeira com forro vermelho, vestindo uma casula da mesma cor, seguindo uma tradição centenária da Igreja Católica. A cor vermelha, presente em funerais papais desde pelo menos o século XVIII, simboliza o martírio de Jesus Cristo, dos apóstolos e dos primeiros santos, remetendo ao sangue derramado em defesa da fé. Registros históricos mostram que o costume tem raízes no Império Bizantino, onde o vermelho era usado em rituais fúnebres, e foi incorporado pela Igreja como forma de honrar os pontífices como sucessores de São Pedro, considerado o primeiro papa e mártir.
Além do significado ligado ao sacrifício, o vermelho também está associado aos cardeais, representando a disposição de dar a vida pela Igreja. Na liturgia católica, a cor aparece em celebrações como o Domingo de Ramos, a Sexta-Feira Santa e Pentecostes, simbolizando fogo, sangue e purificação. Outras cores, como o roxo (usado na Quaresma e em funerais comuns) e o branco (para celebrações alegres como o Natal), também têm papel importante no Ano Litúrgico, mas o vermelho destaca-se exclusivamente nos ritos fúnebres dos papas.
O corpo de Francisco foi transferido da Casa Santa Marta para a Basílica de São Pedro, onde fiéis puderam prestar suas últimas homenagens. Sua morte, aos 88 anos, ocorreu devido a um AVC seguido de insuficiência cardíaca, encerrando um pontificado de 12 anos marcado por inovações, como ser o primeiro papa latino-americano e jesuíta a assumir o cargo. O funeral segue protocolos históricos, reforçando a conexão entre a tradição e a identidade da Igreja Católica.