A guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos contra a União Europeia, com tarifas de até 20% sobre importações, coloca os líderes populistas europeus em uma posição delicada. Enquanto o apoio à UE está em alta, as medidas de Donald Trump forçam a extrema direita do continente a lidar com um dilema: como defender políticas que prejudicam diretamente os países que esses partidos alegam representar. A situação contrasta com o apoio anterior a Trump, que muitas vezes era baseado em retórica ideológica, mas não em consequências econômicas tangíveis.
Autoridades europeias já antecipavam essa escalada e preparavam respostas, indicando que o bloco está mais unido do que nunca. A guerra comercial, embora desafiadora, pode se tornar uma oportunidade para a UE reforçar sua coesão interna e projetar força diante de pressões externas. O momento também expõe a contradição entre o discurso pró-Trump de alguns partidos e os interesses concretos de suas bases eleitorais.
O cenário atual pode, portanto, enfraquecer movimentos extremistas que dependem de retórica anti-UE, mas alinham-se a políticas americanas prejudiciais. Enquanto isso, a União Europeia tem a chance de consolidar seu papel como ator global coeso, aproveitando o apoio interno renovado. O desfecho dependerá de como o bloco equilibrará resistência econômica com diplomacia, sem deixar brechas para divisões políticas.