O texto aborda a complexidade do cenário midiático e artístico brasileiro, comparando-o a uma tormenta que mistura admiração e espanto. Desde a cobertura de eventos como a SP-Arte até as críticas a exposições de design e arte naif em Goiás, há uma evidente polarização entre o valor estético e o questionável. A ironia de esculturas sintéticas leiloadas por altos valores, supostamente em homenagem à natureza, ilustra a contradição desse universo.
A reflexão avança para a relação histórica entre arte, religião e política, destacando a influência da Igreja Católica na educação e a ascensão das Igrejas Evangélicas nas mídias e na esfera pública. Essa intersecção gera tensões sociais e contribui para discursos artísticos superficiais, distanciando-se do papel transformador que a arte deveria cumprir. O texto sugere que a arte deveria ser um guia, como o coelho de “Alice no País das Maravilhas”, conduzindo à autodescoberta e renovação.
Por fim, o autor propõe uma metáfora de esperança, associando a Semana Santa e o simbolismo do coelho da Páscoa — representando renascimento e prosperidade — à necessidade de seguir “os ventos do Norte” da arte. A mensagem é clara: em meio às controvérsias, é preciso buscar inspiração na arte como caminho para a reflexão e regeneração, tal como Alice em sua jornada onírica.