Os preços do tomate e do ovo tiveram aumentos significativos em março, pressionando a inflação no Brasil. O tomate ficou 22% mais caro em relação a fevereiro, acumulando alta de 53% no ano, enquanto o ovo registrou sua quarta alta mensal consecutiva, com aumento de 13% no mês e 31% no acumulado anual. Segundo o IBGE, esses dois produtos foram os principais responsáveis pelo avanço da inflação no período.
A escassez de tomates no mercado deve-se à redução do plantio, causada pelos baixos preços pagos aos agricultores em 2024, que desestimularam a produção. Além disso, a safra de verão foi concentrada em outubro e novembro, reduzindo a oferta nos meses seguintes. A produtividade também caiu, e a safra de inverno começa de forma lenta, mantendo os preços elevados até pelo menos junho, quando a oferta deve aumentar.
No caso dos ovos, a alta é atribuída ao aumento do custo do milho, principal componente da ração das galinhas, e das embalagens, que subiram 100% em oito meses. As ondas de calor também reduziram a produção, enquanto a Quaresma elevou a demanda. As exportações para os EUA, impulsionadas por um surto de gripe aviária no país, cresceram 346%, mas representam apenas 1% da produção nacional, segundo a ABPA. A expectativa é que os preços se normalizem após o período religioso.