O IPCA-15 de abril ficou em 0,43%, abaixo do registrado em março (0,64%), mas os alimentos continuaram a pressionar a inflação, com destaque para o tomate, que subiu 32,67% no mês. Outros itens, como café moído e leite longa vida, também tiveram altas significativas, enquanto bens industriais aceleraram, refletindo o fim dos descontos da Semana do Consumidor. Por outro lado, combustíveis e passagens aéreas ajudaram a moderar o índice, com deflação de 14,38% nas tarifas aéreas.
Apesar do alívio mensal, economistas alertam que a inflação subjacente e os serviços permanecem em patamares elevados, com núcleos de preços acelerando. A acumulação no primeiro quadrimestre de 2025 (2,42%) supera a do mesmo período de 2024 (1,67%), indicando um cenário ainda preocupante. Analistas destacam que a pressão nos alimentos vem de fatores sazonais e ciclos internos, não diretamente ligados à demanda, mas que exigem cautela do Banco Central.
A expectativa é que o Copom eleve a Selic em maio, possivelmente em 50 pontos-base, com perspectivas de que seja o último ajuste do ciclo. Projeções para a inflação em 2025 variam entre 5,3% e 5,6%, com riscos altistas, mas mais equilibrados que no passado. O cenário sugere que a política monetária deve manter seu viés restritivo, mesmo com sinais de desaceleração da atividade econômica e possível reversão da inflação de alimentos nos próximos meses.