As vendas de títulos públicos pelo Tesouro Direto atingiram um recorde histórico em março, totalizando R$ 11,69 bilhões. O valor superou o anterior recorde de agosto de 2023 (R$ 8,01 bilhões) e representou um aumento de 102,86% em relação a fevereiro e 231,11% na comparação com março do ano passado. O principal fator para o crescimento foi o vencimento de títulos atrelados à Taxa Selic, que foram reinvestidos em novos papéis, somando R$ 11,529 bilhões em resgates, vencimentos e recompras.
Os títulos mais demandados foram os vinculados à Selic, representando 63,2% das vendas, seguidos pelos indexados à inflação (IPCA), com 19,1%, e pelos prefixados, com 11,6%. O Tesouro Renda+ e o Tesouro Educa+, lançados em 2023, tiveram participações menores, de 4,9% e 1,2%, respectivamente. O estoque total do programa alcançou R$ 165,095 bilhões, um aumento de 23,88% em 12 meses, impulsionado pela correção de juros, mesmo com resgates superando as vendas em R$ 742,3 milhões em março.
O perfil dos investidores mostra que pequenos aplicadores predominam: 72,2% das operações foram de até R$ 5 mil, sendo quase metade (48,9%) abaixo de R$ 1 mil. Apesar da saída de 78,9 mil participantes devido ao resgate de títulos, o número total de investidores chegou a 31,9 milhões, com alta de 14,17% no ano. A preferência por prazos curtos também se destacou, com 46,7% das vendas em títulos de até cinco anos. O Tesouro Direto, criado em 2002, continua sendo uma ferramenta key para financiamento governamental e democratização de investimentos.