O terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar há dez dias já causou 3.471 mortes, segundo a mídia estatal. Além dos milhares de feridos e desaparecidos, as chuvas recentes e o calor extremo aumentam o risco de epidemias, como cólera, entre os sobreviventes desabrigados. Equipes de resgate e países vizinhos, como China e Índia, enviaram ajuda, mas as condições climáticas e a desorganização dos serviços básicos, agravada pela crise política no país, dificultam os esforços de recuperação.
A situação humanitária é crítica, com famílias dormindo ao relento e relatos de restrições à distribuição de ajuda em áreas não alinhadas ao governo militar. A ONU alerta para a insegurança alimentar e a necessidade de assistência para mais de um terço da população. Enquanto isso, denúncias de violações ao cessar-fogo, incluindo bombardeios em regiões como Karenni e Shan, levantaram preocupações sobre a efetividade do acordo de paz.
A resposta internacional enfrenta obstáculos, incluindo a redução de programas de ajuda externa de países como os EUA, que prometeram US$ 9 milhões em apoio, mas demitiram funcionários envolvidos na operação. Apesar dos desafios, organizações humanitárias destacam a urgência de ações coordenadas para levar tendas, suprimentos e esperança aos afetados, enquanto reconstroem suas vidas.