O terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar há dez dias já causou 3.417 mortes, segundo a mídia estatal do país. O tremor, o mais forte já registrado no território, afetou regiões do norte, centro e sul em 28 de março e foi sentido também na Tailândia e no sudoeste da China. Além dos mortos, 4.671 pessoas ficaram feridas e 214 continuam desaparecidas. As operações de resgate enfrentam dificuldades devido às fortes chuvas, enquanto agências humanitárias alertam para o risco de epidemias, como cólera, entre os desabrigados.
A ONU e países vizinhos, como China e Índia, enviaram ajuda emergencial, mas a resposta internacional enfrenta desafios. Os EUA prometeram US$ 9 milhões em assistência, mas relatos indicam que cortes no programa de ajuda externa durante o governo anterior prejudicaram a eficácia da resposta. Na Tailândia, o terremoto causou 24 mortes, incluindo 17 em um desabamento de um arranha-céu em construção em Bangcoc.
O cenário em Mianmar é agravado pela instabilidade política e econômica desde o golpe militar de 2021, que deixou serviços básicos em colapso e deslocou mais de 3 milhões de pessoas. Apesar de um cessar-fogo recente, a ONU investiga denúncias de que a junta militar estaria restringindo ajuda em áreas opositoras. A combinação de desastre natural e crise política amplia o sofrimento da população, que depende de apoio internacional para reconstruir suas vidas.