Um terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar na semana passada, deixando um rastro de destruição e elevando o número de mortos para 3.085, segundo balanço divulgado pelo governo. Além das vítimas fatais, mais de 300 pessoas seguem desaparecidas e quase 5 mil ficaram feridas. As principais rodovias e um aeroporto foram danificados, complicando o acesso a regiões afetadas. O país, que já enfrentava uma grave crise humanitária com cerca de 20 milhões de pessoas necessitando de assistência antes do desastre, agora enfrenta desafios ainda maiores para reconstrução.
A situação é agravada pelos cortes de água e energia, que já eram frequentes devido ao regime militar, mas se intensificaram após o terremoto. Em Yangon, a maior cidade do país, os moradores têm acesso a apenas quatro horas diárias de serviços básicos. A inflação de alimentos também preocupa, com estoques em risco de esgotamento e ajuda internacional limitada. A guerra civil, em curso desde 2021, dificulta ainda mais a resposta à crise, embora os conflitos sejam mais concentrados em áreas rurais.
Mandalay, a segunda maior cidade e epicentro do terremoto, foi uma das mais atingidas, com danos significativos a sua infraestrutura turística e cultural. Apesar dos esforços de resgate e da ajuda internacional recebida, a reconstrução promete ser lenta e desafiadora. O porta-voz do governo agradeceu à comunidade global pelo apoio, mas destacou que as operações de busca continuam, enquanto a população local luta para superar as consequências da tragédia.