O presidente paraguaio expressou preocupação com as operações de espionagem realizadas por um país vizinho, afirmando que o episódio reabre feridas históricas remanescentes da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), conflito que devastou o Paraguai e deixou marcas profundas na relação regional. Ele destacou que, apesar dos esforços para superar ressentimentos do passado, a descoberta da espionagem reforça sentimentos de desconfiança. O governo paraguaio já iniciou uma investigação interna e cobrou explicações detalhadas sobre o alcance das atividades de inteligência.
O caso envolve a suposta vigilância de negociações relacionadas à Itaipu Binacional durante um governo anterior, conforme reconhecido pelas autoridades do país vizinho. O atual governo afirmou ter suspendido a operação ao tomar conhecimento dela, mas o incidente gerou atrito diplomático. O presidente paraguaio ressaltou que, embora mantenha um bom relacionamento pessoal com o líder do país vizinho, a questão é de Estado e afeta a confiança mútua necessária para fortalecer o Mercosul.
Além disso, o Paraguai manifestou insatisfação com a falta de apoio regional à sua candidatura para liderar a Organização dos Estados Americanos (OEA), atribuindo a mudança de posição de alguns países a pressões políticas e ideológicas. Os dois episódios, ocorridos em menos de um mês, tensionaram as relações bilaterais e reacenderam debates sobre soberania e cooperação na região.