A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China continua a impactar os mercados, com o presidente americano, Donald Trump, ameaçando impor tarifas adicionais de até 50% sobre produtos chineses. A medida surge em resposta às taxas de 34% aplicadas pela China na semana anterior, aprofundando o impasse entre as duas maiores economias do mundo. Segundo analistas, as tarifas deixaram de ser apenas uma ferramenta de negociação e agora configuram um conflito comercial em curso, com reflexos imediatos nas bolsas globais, que registram quedas generalizadas.
Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, destacou que a perspectiva é de que essas tarifas se tornem permanentes, aumentando a incerteza global. O conflito já atinge não apenas a China, mas também parceiros tradicionais dos EUA, como México e Canadá, com alíquotas que variam de 10% a 60%. Para o Brasil, o impacto ainda é incerto, mas a volatilidade do cenário internacional tende a afetar todos os mercados, especialmente devido à relação comercial estreita com a China.
O agravamento das tensões comerciais pode levar os EUA a uma desaceleração econômica, com risco real de recessão. O Federal Reserve já sinaliza possíveis cortes de juros diante das expectativas de retração, enquanto a inflação pode subir para até 5% devido ao repasse de custos aos consumidores. Analistas alertam que o cenário atual não oferece soluções simples, deixando investidores em alerta frente a um ciclo prolongado de incertezas.