O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que o Canal do Panamá enfrenta ameaças contínuas da China, mas garantiu que os EUA e o Panamá trabalharão juntos para manter a segurança do canal. Durante uma visita à base naval Vasco Nuñez de Balboa, Hegseth destacou que empresas chinesas controlam infraestruturas críticas na região, o que, segundo ele, poderia facilitar atividades de vigilância e comprometer a soberania panamenha. O governo chinês rebateu as acusações, afirmando que a cooperação entre China e Panamá é uma decisão soberana e acusando os EUA de promover uma campanha sensacionalista baseada em interesses geopolíticos.
O encontro entre Hegseth e o presidente panamenho, José Raúl Mulino, resultou em uma declaração conjunta que mencionou a discussão sobre os pedágios pagos por navios estadunidenses, embora sem detalhes claros. Uma divergência entre as versões em espanhol e inglês do documento chamou atenção: a versão em espanhol incluía um reconhecimento explícito da soberania panamenha sobre o canal, trecho ausente na versão em inglês. Mulino já havia negado alegações anteriores de que os EUA teriam isenção de tarifas para navios de guerra.
A polêmica surge em meio a preocupações sobre a presença chinesa no canal, especialmente após um consórcio de Hong Kong, que controlava portos nas extremidades do canal, anunciar a venda de sua participação majoritária para um grupo que inclui a BlackRock. O Panamá já havia iniciado uma auditoria sobre o contrato do consórcio, encontrando irregularidades. Enquanto os EUA insistem em alertar sobre riscos à segurança, o Panamá mantém que o canal opera com neutralidade e que a China não influencia suas operações.