As tensões entre Índia e Paquistão atingiram um novo patamar após um ataque na região da Caxemira, administrada pela Índia, que deixou 26 mortos na terça-feira, 22. Em resposta, o governo indiano revogou vistos para paquistaneses, suspendeu um tratado sobre água e reduziu laços diplomáticos. O Paquistão, por sua vez, retaliou fechando sua fronteira e espaço aéreo para companhias aéreas indianas, além de suspender o comércio bilateral e exigir a redução do pessoal diplomático indiano em Islamabad. Ambos os países trocam acusações, com a Índia alegando apoio paquistanês a grupos terroristas, enquanto o Paquistão nega envolvimento e classifica as ações indianas como unilateralmente motivadas.
O conflito reacende preocupações sobre uma escalada militar, especialmente devido ao histórico de confrontos entre os dois países, ambos armados com armas nucleares. Analistas alertam que a situação atual pode ser mais grave do que o impasse de 2019, quando um ataque semelhante levou a uma batalha aérea. Desta vez, a suspensão do tratado de água de 1960, até então considerado um raro símbolo de estabilidade na região, adiciona um peso estratégico e simbólico à crise. O Paquistão depende fortemente do sistema fluvial do Indo, controlado pela Índia, para sua agricultura, e qualquer interrupção no fluxo pode ser interpretada como um ato de guerra.
Enquanto autoridades paquistanesas afirmam não haver evidências de mobilização militar indiana, a mídia e analistas de ambos os lados alimentam um clima de tensão crescente. O governo paquistanês inicialmente adotou um tom moderado, mas a retórica se intensificou após as medidas indianas. Especialistas temem que, diferentemente de 2019, quando a liberação de um piloto capturado ajudou a acalmar os ânimos, a atual escalada possa levar a consequências imprevisíveis, especialmente em um contexto global já instável. A região aguarda os próximos passos com apreensão, enquanto líderes de ambos os países enfrentam pressão interna para responder com firmeza.