As tensões entre Índia e Paquistão atingiram um novo patamar após um ataque na região da Caxemira, administrada pela Índia, que deixou 26 mortos na terça-feira. Em resposta, o governo indiano revogou vistos para paquistaneses, suspendeu um tratado crucial sobre água e reduziu laços diplomáticos. O Paquistão retaliou fechando sua fronteira e espaço aéreo para companhias aéreas indianas, além de suspender o comércio bilateral e exigir a redução do pessoal diplomático indiano em Islamabad. Ambos os países trocam acusações, com a Índia alegando apoio paquistanês ao terrorismo e o Paquistão negando envolvimento e classificando as ações indianas como unilateralmente motivadas.
A situação ganhou contornos ainda mais graves com a possível ruptura do Tratado das Águas do Indo, mediado pelo Banco Mundial em 1960, considerado um raro símbolo de estabilidade na região. O Paquistão advertiu que qualquer tentativa de restringir o fluxo de água seria vista como um ato de guerra, dado que 90% de sua agricultura depende do sistema fluvial controlado pela Índia. Analistas alertam que a escalada atual pode superar o impasse de 2019, quando os dois países estiveram à beira de um conflito maior após um ataque semelhante na Caxemira.
Enquanto autoridades paquistanesas negam mobilizações militares, canais de TV e especialistas discutem os riscos de uma crise irreversível entre duas potências nucleares. A mídia indiana, alinhada ao governo, amplifica as acusações contra o Paquistão, enquanto analistas paquistaneses sugerem que a Índia busca distrair-se de pressões internas e internacionais. Com um cenário global mais instável e a retórica acirrada de ambos os lados, há temores de que a região possa não repetir a sorte de 2019, quando as tensões foram contidas. A situação permanece volátil, com ambos os países em alerta máximo.