O assessor econômico da Casa Branca afirmou que o presidente dos Estados Unidos estuda demitir o atual chefe do Federal Reserve, Jerome Powell, devido a divergências sobre a política monetária e os efeitos inflacionários das recentes tarifas comerciais. O Fed, que tem independência do Executivo, só pode ter seus dirigentes removidos por justa causa, conforme estabelecido por lei. Caso a demissão seja tentada, o assunto pode ser decidido pela Suprema Corte, que já impediu situações similares no passado, como no caso Humphrey’s Executor v. United States, em 1935.
As críticas ao presidente do Fed não são recentes, mas se intensificaram com a implementação de tarifas comerciais, que, segundo Powell, podem pressionar a inflação. O Fed mantém cautela na redução dos juros, aguardando os impactos das medidas tarifárias, enquanto o governo defende cortes mais rápidos. A taxa de inflação anualizada nos EUA está em 2,4%, acima da meta de 2%, mas abaixo do pico de 9,1% registrado em 2022.
Uma eventual remoção de Powell poderia criar um precedente perigoso, afetando a autonomia de outras agências reguladoras. A equipe governamental busca maneiras de contestar o precedente histórico, enquanto analistas alertam para os riscos de politização de instituições independentes. No Brasil, as regras para exoneração do presidente do Banco Central são mais claras, incluindo motivos como incapacidade, condenação por improbidade ou desempenho insuficiente.