As principais bolsas de valores da Ásia registraram alta nesta terça-feira (8), em meio ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O governo norte-americano ameaçou impor tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses caso o país não revogue as taxas de 34% anunciadas em retaliação às medidas anteriores. Apesar da pressão, a China manteve sua posição, prometendo contramedidas se as novas tarifas forem implementadas. Enquanto isso, mercados como Hong Kong, Japão e Coreia do Sul reagiram positivamente, com destaque para o Nikkei 225, que subiu mais de 6%.
Outras regiões, como a União Europeia e o Japão, buscam negociar acordos para evitar escaladas tarifárias. A UE propôs um modelo de “tarifa zero por zero” e retirou alguns produtos norte-americanos de sua lista de retaliações, após ameaças de taxas mais altas. O Japão também mantém diálogos com os EUA, na esperança de reduzir impactos comerciais. Analistas destacam que a postura agressiva do governo norte-americano pode abrir espaço para a China expandir sua influência econômica e tecnológica, especialmente na Ásia.
A revista The Economist destacou que as medidas comerciais dos EUA podem, paradoxalmente, fortalecer a China, incentivando-a a corrigir falhas econômicas e a consolidar seu papel geopolítico. Embora as exportações ainda representem uma parcela significativa do PIB chinês, o país busca alternativas, como realocar cadeias de produção para nações menos afetadas pelas tarifas. O cenário sugere uma reconfiguração do comércio global, com possíveis benefícios para Pequim, mas também desafios diante da disputa com Washington.