A China declarou que não dará atenção aos Estados Unidos caso o país insista no “jogo numérico” das tarifas, após a administração americana anunciar taxas de até 245% sobre produtos específicos. O Ministério das Relações Exteriores chinês respondeu a um comunicado da Casa Branca, que havia sido atualizado para esclarecer a aplicação das tarifas. Segundo a versão revisada, as taxas incluem uma reciprocidade de 125%, além de 20% para combater a crise do fentanil e alíquotas da Seção 301, que variam de 7,5% a 100% sobre bens estratégicos como tecnologia, robótica e veículos elétricos.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo escalou nas últimas semanas, com ambos os países impondo taxas crescentes em retaliação mútua. Os EUA inicialmente aplicaram tarifas de até 50% sobre mais de 180 países, mas concederam uma pausa nas negociações, reduzindo-as para 10% por 90 dias — exceto para a China, que não buscou diálogo e sofreu aumentos sucessivos. Em resposta, Pequim elevou suas próprias tarifas sobre produtos americanos, chegando a 125%.
A Casa Branca afirmou que está aberta a negociações, mas colocou a decisão nas mãos da China. Enquanto isso, o governo chinês mantém sua posição firme, declarando que não recuará e está preparado para retaliar ainda mais. O impasse reflete a complexidade do conflito comercial, que envolve não apenas questões econômicas, mas também disputas tecnológicas e de segurança nacional.